O supercrescimento bacteriano no intestino delgado, conhecido como SIBO (Small Intestinal Bacterial Overgrowth), é um tipo de disbiose intestinal — um desequilíbrio na microbiota — caracterizado por um aumento anormal de bactérias nessa região do intestino, onde normalmente a população bacteriana é bem menor.
Esse excesso de microrganismos provoca fermentação exagerada dos alimentos, especialmente carboidratos, levando a sintomas como estufamento, gases, dor abdominal, diarreia ou constipação.
O diagnóstico do SIBO é feito, principalmente, pelo teste respiratório de hidrogênio e metano.
Esse exame mede os gases produzidos pelas bactérias após a ingestão de açúcares específicos.
Hidrogênio elevado → sugere SIBO.
Metano elevado → sugere IMO (Intestinal Methanogen Overgrowth), outro tipo de disbiose intestinal que costuma estar associado à constipação.
Saber o tipo predominante é fundamental para escolher o tratamento mais adequado.
Existem compostos de origem vegetal — como óleo de orégano, alho envelhecido, berberina e extratos de plantas medicinais — que apresentam propriedades antimicrobianas, podendo reduzir a população bacteriana excessiva.
Eles podem ajudar no alívio de sintomas e na modulação da microbiota, mas não substituem o tratamento padrão.
Importante: tratar SIBO apenas com suplementos naturais não é suficiente. Em média, a antibioticoterapia específica é feita por cerca de 14 dias, mas o acompanhamento deve ser mais prolongado para prevenir recidivas. Em alguns casos, o uso de suplementos naturais pode ser indicado após o tratamento principal, como parte de uma estratégia de manutenção.
Os probióticos são microrganismos vivos que podem auxiliar na restauração do equilíbrio intestinal.
No SIBO e no IMO, seu uso precisa ser criterioso:
Algumas cepas como Lactobacillus plantarum, Lactobacillus rhamnosus GG, Bifidobacterium lactis e Saccharomyces boulardii mostraram potencial para melhorar sintomas e modular a microbiota.
Porém, se escolhidos ou dosados incorretamente, podem piorar a fermentação e o desconforto abdominal.
Em muitos casos, o probiótico é introduzido após a fase de redução bacteriana, sendo mantido por um período maior para ajudar a prevenir a volta do desequilíbrio.
O tratamento do SIBO ou do IMO deve ser individualizado e pode incluir:
Antibióticos específicos para reduzir o excesso bacteriano.
Suplementos naturais como parte de uma estratégia de manutenção.
Probióticos adequados ao tipo de disbiose.
Ajustes alimentares, como dietas de exclusão temporárias (por exemplo, Low FODMAP).
Correção de fatores que favorecem a disbiose, como alterações na motilidade intestinal ou uso prolongado de certos medicamentos.
O acompanhamento regular é essencial, já que o SIBO pode recidivar em alguns pacientes. A combinação de tratamento médico, suplementação estratégica e mudanças de estilo de vida aumenta as chances de controle a longo prazo.
Probióticos podem piorar o SIBO?
Podem, se usados na fase errada ou com cepas inadequadas. Por isso, a escolha deve ser feita com orientação profissional.
O que acontece se eu não tratar o SIBO?
A condição pode se tornar crônica, prejudicar a absorção de nutrientes e causar deficiências como anemia e baixa de vitamina B12.
Qual a dieta mais indicada durante o tratamento?
Muitas vezes a dieta Low FODMAP ajuda a aliviar sintomas, mas ela deve ser adaptada para cada paciente e por tempo limitado.
Dra. Letícia Couto – Gastroenterologista
Especialista em saúde intestinal e disbioses. Atendimento humanizado, com investigação completa e plano personalizado para cada paciente.
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