Dra Leticia Couto

imagem ilustrativa de disbiose

SIBO: suplementos naturais e probióticos realmente funcionam?

O supercrescimento bacteriano no intestino delgado, conhecido como SIBO (Small Intestinal Bacterial Overgrowth), é um tipo de disbiose intestinal — um desequilíbrio na microbiota — caracterizado por um aumento anormal de bactérias nessa região do intestino, onde normalmente a população bacteriana é bem menor.
Esse excesso de microrganismos provoca fermentação exagerada dos alimentos, especialmente carboidratos, levando a sintomas como estufamento, gases, dor abdominal, diarreia ou constipação.


Como identificar o tipo de disbiose

O diagnóstico do SIBO é feito, principalmente, pelo teste respiratório de hidrogênio e metano.
Esse exame mede os gases produzidos pelas bactérias após a ingestão de açúcares específicos.

  • Hidrogênio elevado → sugere SIBO.

  • Metano elevado → sugere IMO (Intestinal Methanogen Overgrowth), outro tipo de disbiose intestinal que costuma estar associado à constipação.

Saber o tipo predominante é fundamental para escolher o tratamento mais adequado.


O papel dos suplementos naturais

Existem compostos de origem vegetal — como óleo de orégano, alho envelhecido, berberina e extratos de plantas medicinais — que apresentam propriedades antimicrobianas, podendo reduzir a população bacteriana excessiva.
Eles podem ajudar no alívio de sintomas e na modulação da microbiota, mas não substituem o tratamento padrão.

Importante: tratar SIBO apenas com suplementos naturais não é suficiente. Em média, a antibioticoterapia específica é feita por cerca de 14 dias, mas o acompanhamento deve ser mais prolongado para prevenir recidivas. Em alguns casos, o uso de suplementos naturais pode ser indicado após o tratamento principal, como parte de uma estratégia de manutenção.


Probióticos: aliados com cautela

Os probióticos são microrganismos vivos que podem auxiliar na restauração do equilíbrio intestinal.
No SIBO e no IMO, seu uso precisa ser criterioso:

  • Algumas cepas como Lactobacillus plantarum, Lactobacillus rhamnosus GG, Bifidobacterium lactis e Saccharomyces boulardii mostraram potencial para melhorar sintomas e modular a microbiota.

  • Porém, se escolhidos ou dosados incorretamente, podem piorar a fermentação e o desconforto abdominal.

Em muitos casos, o probiótico é introduzido após a fase de redução bacteriana, sendo mantido por um período maior para ajudar a prevenir a volta do desequilíbrio.


Tratamento e prevenção de recidivas

O tratamento do SIBO ou do IMO deve ser individualizado e pode incluir:

  • Antibióticos específicos para reduzir o excesso bacteriano.

  • Suplementos naturais como parte de uma estratégia de manutenção.

  • Probióticos adequados ao tipo de disbiose.

  • Ajustes alimentares, como dietas de exclusão temporárias (por exemplo, Low FODMAP).

  • Correção de fatores que favorecem a disbiose, como alterações na motilidade intestinal ou uso prolongado de certos medicamentos.

O acompanhamento regular é essencial, já que o SIBO pode recidivar em alguns pacientes. A combinação de tratamento médico, suplementação estratégica e mudanças de estilo de vida aumenta as chances de controle a longo prazo.


Perguntas frequentes

Probióticos podem piorar o SIBO?
Podem, se usados na fase errada ou com cepas inadequadas. Por isso, a escolha deve ser feita com orientação profissional.

O que acontece se eu não tratar o SIBO?
A condição pode se tornar crônica, prejudicar a absorção de nutrientes e causar deficiências como anemia e baixa de vitamina B12.

Qual a dieta mais indicada durante o tratamento?
Muitas vezes a dieta Low FODMAP ajuda a aliviar sintomas, mas ela deve ser adaptada para cada paciente e por tempo limitado.

Dra Letícia Couto-gastroenterologista

Dra. Letícia Couto – Gastroenterologista
Especialista em saúde intestinal e disbioses. Atendimento humanizado, com investigação completa e plano personalizado para cada paciente.

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